terça-feira, 10 de agosto de 2010

MORADIA DO VÉI

Essa é a minha terra querida, lugar da minha guarida, terra do meu descanso
aqui onde me fiz menino, solto nas correnteza deslizando nos remanso, agarrado a minha mãe natureza.
De manhã ovia os passarim, deitado na minha tipóia,
acordava bem cedim e ficava olhando as teia,
Dibaxo da mulambera, feito na casa de tear, roncava a noite intera inté a hora de acordar.
O dia nem cumeçava, já pegava meu balaio, juntava com meu arreio e pulava de gaio em gaio, paricendo uma assuncena misturada com papagaio.
Era galope doido, pegada de amargar, saltava o oco do mundo até o sol baxá,
Era aquela lervosia atrás das mandiroba, quando deitava no chão contemplava as algaroba.
Eta sertão véi graudo, eta saudade marvada, das planta naturá e das água acidentada.
fui moço hoje tou véi mas nun esqeço meu lugar, das canoage no rio e das dança de boi bumbá.
pode o pobre ficar rico, o são adoecer, a imbiricica fazer um armengue, as perna do rio desaparecer,
os corredor de terra virá asfalto, os pexe se escafeder, qeu num abro daqui não, pois foi aqui que nascí, e é aqui que vou morrer. 

Austrílio - véi sabido
 

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Estou velho mas num sou cão sem dono

Passei tardes e noites sem dormir cum minha véa do lado meu jumento e minha sanfona desafinada, parafina é minha cadela sem pêlo e minha cama é o chão batido, quando quero cagar corro pro mato, e pra mijar é em qualquer lugar.